Para onde vai nossa República?
segunda, 26 de março de 2018
É difícil de expressar em palavras o sentimento que toma conta das pessoas de bem no Brasil de hoje. Quando se espera que as coisas estejam, mesmo que lenta e duramente melhorando, vem uma decisão da corte máxima da Justiça do País e coloca tudo a perder.
O mês de março de 2018 é marcado pela decepção com o último dos poderes nos quais se embasava a esperança do brasileiro convicto e orgulhoso em viver em um país republicano. A instituição - poder judiciário – estremece a confiança do cidadão pelo infeliz episódio da greve no dia 15 pela manutenção do auxílio-moradia a juízes e procuradores e no dia 22 pelo contraditório e esquizofrênico julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula pela Suprema Corte.
É triste perceber que em um país com tantos problemas alguns estão acima da justiça, das leis e dos conceitos que devem preservar a democracia. E boa parte dessa situação de hoje, tida com a maior crise da história brasileira nos âmbitos político, econômico e social, foi causada por ideais de grupos políticos preocupados em sequestrar o poder institucional e colocá-lo a serviço de projetos ideológicos próprios, promovendo insegurança jurídica, desestimulando o investimento e privilegiando um estado paquidérmico que tira muitíssimo mais do que oferece ao cidadão.
O movimento empresarial do Oeste do Paraná reforça seu apoio à Lava Jato e a todas as investigações e encaminhamentos que culminaram com penas e prisões em segunda instância. Pelo que a história mostra, esse é o jeito mais razoável de minimamente se fazer justiça no Brasil, principalmente contra aqueles que têm o poder político e financeiro do seu lado.
Mesmo com essa decisão do STF, empresários e pessoas de bem não vão baixar a cabeça e seguirão com suas cobranças de mudanças para a construção de um País verdadeiramente sério, justo e coeso. Os empresários reforçam novamente aqui o seu irrestrito apoio à Lava Jato, ao juiz Sérgio Moro e à prisão em segunda instância. Essas são posturas aliadas daqueles que trabalham, produzem e que, mesmo com todos os equívocos governamentais e ideológicos principalmente dos últimos anos, confiam que o Brasil pode e um dia será muito melhor do que é.
Em um país democraticamente saudável não é possível concordar e aceitar que alguns estejam acima da lei e da Constituição. Muito menos compactuar que o Supremo Tribunal Federal dê as costas para o que é verdadeiramente justo e que trate de forma tão rasteira membros do seu próprio poder que tão dedicada e fervorosamente doam-se para que a Justiça possa ser, mesmo que minimamente, aplicada.
Tomara que os homens e mulheres que têm o dever de preservar a Justiça não se enganem em suas decisões e que essas não os envergonhem e não os encham de arrependimento e tristeza em pouco tempo.
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